Consumidores da região tiram dúvidas sobre mercado livre de energia elétrica

Consumidores da região tiram dúvidas sobre mercado livre de energia elétrica

Consumidores da região tiram dúvidas sobre mercado livre de energia elétrica

A partir deste início de 2024, os consumidores de energia em alta tensão podem comprar energia de qualquer comercializador que não seja a distribuidora, negociando preços. Mas a novidade, o chamado mercado livre de energia elétrica, ainda desperta dúvidas em consumidores da região.

Esse mercado livre existe no Brasil desde 1996, mas as regras para migração restringiam a contratação para grandes consumidores, com demanda acima 1.000 quilowatts (kW) ou 500 kW, no caso de fontes renováveis. Em setembro de 2022, o governo federal publicou uma portaria que permite a migração de todos os outros consumidores ligados em alta tensão.

Pela regulação atual, todos os consumidores (pequenas empresas) em alta tensão – acima de 2,3 quilovolts (kV) – podem contratar energia no mercado livre a partir de janeiro de 2024. Isso significa que vão poder adquirir energia de um comercializador a preços negociados.

O que é?

O Mercado Livre de Energia consiste, resumidamente, na possibilidade do consumidor pagar por uma conta de energia com tarifa mais barata. Ao invés de debitar a tarifa tradicional, pré-determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica e aplicada pelas distribuidoras, o consumidor pode agora pagar uma tarifa definida de forma direta pelo fornecedor, mais barata e, na maioria dos casos, mais sustentável.

As principais dúvidas

O empreendedor Celso Garcia, de Bom Jesus dos Perdões, estuda a possibilidade de fazer a migração. Mas ainda tem dúvidas. “Aqui na cidade chegaram até a comparar isso com `gato`. Por falta de informação mesmo. Mas como pequeno comerciante, tenho estudado com bons olhos essa mudança”, contou.

Quem gasta, por exemplo, R$ 10 mil com conta de energia, vale a pena fazer a mudança? “O Mercado Livre de Energia está aberto para consumidores de uma categoria específica, o chamado Grupo A, que estão na média e alta tensão, ou seja, contam com uma estrutura de cabine primária na empresa. Esses são delimitados com um consumo normalmente acima de R$ 10 mil mensais e que necessitam de potência relativamente grande para atender a necessidade do seu consumo. De qualquer forma, é possível que clientes com consumo superior a R$ 10 mil não estejam aptos ou, outros que consomem menos possam fazer parte desse mercado”, explicou Raphael Ruffato, CEO da empresa de diagnóstico e soluções energéticas Lead Energy.

O especialista tira mais dúvidas sobre essa mudança. Como o mito de que podem cortar a luz do cliente caso ele ultrapasse a demanda que contratou:

“Este é um dos mitos mais comuns dentre os consumidores leigos. Não há a necessidade de permanecer exatamente nos limites da energia definidos. O cliente paga o que consumir, de acordo com a tarifa que foi estabelecida previamente em contrato. É como se o consumidor estivesse pagando a conta para a distribuidora, mas com uma tarifa até 35% mais barata. E não! Não vão cortar a sua energia por conta disso”, esclareceu.

Luís José da Silva tem uma padaria em Atibaia. Ele estava com a dúvida se precisaria pagar alguma taxa para entrar neste mercado. “Não exige investimento inicial algum. O único custo que a organização interessada poderia ter é em situações de troca do medidor de energia feito pela distribuidora, mas na maioria dos casos esse investimento não é mais necessário”, explica Raphael.

“Como começou agora em janeiro, nós pequenos comerciantes ainda ficamos com dúvidas e um pouco de receio. Estão ainda estou estudando a possibilidade com a padaria aqui”, afirmou o empresário de Atibaia.

Mais dicas

  • Fontes sustentáveis: “Dependendo da proporção da conta de luz, não é obrigatório que o cliente escolha um fornecedor sustentável. Entretanto, é preciso lembrar que o conceito de migração para este mercado está ligada também a iniciativas de preservação do meio ambiente, tornando a decisão de optar por uma fonte renovável mais coerente”, diz Raphael Ruffato.
  • Duas faturas? “Sim! Considerando que o consumidor ainda utiliza a infraestrutura proporcionada pela distribuidora, é preciso que o mesmo pague duas faturas. Uma definida estritamente pelo consumo de energia e a outra, referente a parte técnica”.
  • Confiável? “O Mercado Livre de Energia é uma solução totalmente regulamentada pelo governo. É comum que, pelo fato dessa informação ser nova a alguns consumidores menores, que não têm conhecimento sobre o tema, pode parecer que a migração é uma pegadinha. Mas não é. Basta consultar os órgãos reguladores como a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) ou a ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, que descreve em suas plataformas o embasamento dessa solução”.

Fonte: Rede Globo

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