Para proteger servidores e equipamentos de TI contra oscilações e picos de energia, é essencial adotar uma infraestrutura elétrica robusta e específica para cargas críticas.
A utilização de UPS com redundância, filtros de linha e estabilizadores de tensão garante continuidade e qualidade no fornecimento.
Além disso, o monitoramento constante da rede elétrica permite identificar anomalias antes que causem danos.
Implementar essas camadas de proteção reduz riscos de perda de dados, falhas operacionais e prejuízos com paradas inesperadas.
Principais ameaças elétricas para servidores e TI
Ambientes de TI são altamente sensíveis a distúrbios elétricos, que podem causar falhas repentinas ou degradação gradual dos componentes.
As ameaças mais frequentes envolvem oscilações lentas (sub e sobretensão) e picos ultra rápidos (surtos transitórios de energia).
Esses eventos alteram a tensão de alimentação de forma abrupta ou prolongada, afetando a integridade dos equipamentos e dos dados.
Sem proteção adequada, esses distúrbios podem paralisar operações críticas e exigir trocas prematuras de hardware.
Uma abordagem preventiva começa com o conhecimento das causas e o investimento em soluções técnicas adequadas.
Oscilações de tensão: subtensão e sobretensão
Variações superiores a ±5% da tensão nominal em baixa tensão (BT) comprometem a estabilidade de fontes chaveadas.
Esse tipo de oscilação provoca aumento da temperatura interna dos equipamentos, reduzindo sua vida útil em até 30%.
Capacitores eletrolíticos são especialmente vulneráveis, sendo os primeiros componentes a apresentar falha por sobreaquecimento.
Fontes de alimentação com baixo grau de filtragem tendem a amplificar o impacto dessas oscilações.
A norma ABNT NBR 5410 prevê limites de variação e reforça a necessidade de dispositivos reguladores para proteger cargas sensíveis.
Picos de energia e surtos transitórios
Embora muitas vezes invisíveis, os surtos elétricos são um dos maiores vilões da infraestrutura de TI e podem causar danos irreversíveis em questão de microssegundos. Veja os principais pontos sobre esse tipo de distúrbio:
- Origem dos surtos: causados por descargas atmosféricas, chaveamentos na rede elétrica ou pelo retorno abrupto da energia após interrupções.
- Intensidade e duração: geram pulsos com voltagens na casa dos kilovolts, durando apenas frações de microssegundos — imperceptíveis ao olho humano, mas letais para circuitos sensíveis.
- Danos causados: podem romper isolamentos, queimar placas, danificar componentes e inutilizar sistemas inteiros em instantes.
- Norma técnica: a recomendação ITU-T K.44 estabelece testes de resistibilidade que os equipamentos de telecomunicações devem passar para suportar esses eventos.
- Vulnerabilidade dos equipamentos: sem proteção ou certificações adequadas, dispositivos ficam extremamente expostos a falhas decorrentes desses surtos de alta energia.
Dispositivos essenciais de proteção de energia
A melhor defesa contra falhas elétricas em TI é a redundância inteligente e a filtragem multi-camada.
Dispositivos como DPS, filtros EMI/RFI, estabilizadores e UPS online são complementares e devem ser combinados conforme o risco.
A proteção começa no quadro elétrico, mas deve se estender até o rack de servidores, com análise técnica detalhada.
Cada tipo de distúrbio exige uma resposta específica, seja na forma de isolamento, desvio de energia ou regulação precisa.
O investimento em proteção elétrica é pequeno comparado ao custo de downtime, perda de dados ou troca de equipamentos.
Tabela comparativa de dispositivos de proteção
Dispositivo | Função principal | Tempo de atuação | Norma de referência |
DPS (Classe II) | Desviar surtos para o aterramento | < 25 ns | ABNT NBR 5419-3 |
Filtro EMI/RFI | Atenuar ruído de alta frequência | Contínuo | IEC 61000-6-5 |
Estabilizador | Corrigir variações de tensão (±15%) | 10–20 ms | ABNT NBR 14039 |
UPS online dupla conversão | Isolar, regular e fornecer energia reserva | 0 ms | IEC 62040-1 |
Como dimensionar a UPS correta
Proteger servidores, storages e switches contra quedas e oscilações de energia exige mais do que uma escolha aleatória de no-breaks ,exige planejamento técnico.
A norma ANSI/TIA-942 orienta que ambientes de missão crítica adotem uma configuração com redundância N+1, ou seja, com um equipamento adicional além da carga necessária, para garantir continuidade mesmo em caso de falha de uma unidade.
O dimensionamento da UPS deve considerar não apenas a potência ativa dos equipamentos (em watts), mas também o fator de potência (FP).
A fórmula adequada para calcular a potência aparente necessária é: kVA = P / FP, permitindo que o sistema suporte toda a carga com segurança.
Outro ponto essencial é a autonomia da UPS: o recomendado é um tempo mínimo de 15 minutos, suficiente para que a rede pública volte, o gerador assuma, ou a equipe realize o desligamento controlado dos sistemas.
Por fim, é importante prever o crescimento da operação.
Adotar uma margem de segurança de pelo menos 25% acima da carga atual assegura que futuras expansões não comprometam a capacidade da infraestrutura de energia.
Com esse cuidado, a empresa garante resiliência, continuidade de operação e proteção total da sua infraestrutura de TI.
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- Aterramento em malha equipotencial com resistência < 1 Ω.
- Distribuição em barramentos separados (A e B) para alimentação redundante.
- Cabeamento de potência distante ≥ 30 cm de cabos de dados para reduzir acoplamento.
- Inspeção termográfica trimestral em painéis, barramentos e bornes de UPS.
- Teste semestral de baterias VRLA ou Li‑ion com descarga controlada e curva de tensão.
Fontes: ABNT NBR 5419-3:2015 – Proteção contra surtos , IEC 61000-6-5:2015 ,ABNT NBR 14039:2005
Proteja seus servidores e equipamentos
Garantir a segurança energética da infraestrutura de TI vai muito além da instalação de um estabilizador ou no-break.
Proteger servidores, storages e outros ativos críticos exige uma abordagem multicamadas, que combine prevenção física, conversão eletrônica de qualidade e monitoramento inteligente em tempo real.
Normas internacionais como a ANSI/TIA-942 e brasileiras como a NBR 5410 oferecem diretrizes técnicas claras, mas a eficácia real depende da aplicação prática dessas exigências — com projetos bem dimensionados, auditorias periódicas e uma cultura organizacional voltada à melhoria contínua.
Nesse contexto, contar com parceiros especializados em gestão energética é uma decisão estratégica.
Enquanto o time de TI foca em inovação e desempenho, profissionais experientes cuidam da estabilidade do fornecimento elétrico, garantindo ambientes protegidos contra oscilações, surtos e falhas inesperadas.
Oscilações e picos de energia colocam em risco servidores e sistemas críticos da sua empresa.
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Perguntas Frequentes
Qual é o tempo máximo aceitável de comutação entre UPS e gerador?
Normas de Tier III exigem transferência sem interrupção perceptível, inferior a 10 s.
Controladores ATS monitoram frequência e tensão para garantir suavidade.
Teste mensal confirma desempenho sob carga real.
DPS classe I é necessário dentro do rack?
Classe I protege contra descargas diretas na entrada da instalação.
Para racks, recomenda‑se DPS classe II próximo às PDUs.
Classe III pode ser usada em tomadas de equipamentos sensíveis.
UPS line‑interactive serve para data center?
É adequado para escritórios ou pequenos servidores com carga < 5 kVA.
Data centers exigem UPS online dupla conversão pela zero ms de comutação.
A topologia online também isola ruído e harmônicas provenientes da rede.
A redundância N+1 cobre falha de bateria?
N+1 garante fonte adicional ao caminho principal.
Se as baterias de todos os módulos forem idênticas, uma avaria ainda reduz autonomia.
Para missão crítica, use blocos independentes e monitoramento individual de células.
Como medir a vida útil residual das baterias VRLA?
Execute teste de descarga controlada e compare curva de tensão com a nominal.
Monitoramento de impedância interna identifica sulfatação precoce.
Substitua blocos com mais de 30 % de capacidade perdida para evitar ponto único de falha.
Picos recorrentes indicam problema interno ou externo?
Se surgem em horários sem carga variável, a causa provável é externa (manobras da concessionária).
Eventos coincidentes com partida de motores internos indicam deficiência de correção de fator de potência.
Logs do analisador ajudam a localizar a origem e planejar mitigação.